Noronha e Nogueira Advogados

Quando “está tudo errado” vira cultura: a pessoa poliqueixosa no ambiente de trabalho e o risco para sua empresa

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Tempo de leitura: 2 minutos

Você já teve um colaborador que parece estar insatisfeito com tudo? Que reclama de processos, cobrança, ambiente, colegas e nunca parece estar satisfeito, mesmo quando você resolve alguma reclamação? Muito provavelmente você já lidou com alguém poliqueixoso.

Esse termo — “poliqueixoso” — vem da junção de poli (muitos) + queixoso: quem reclama muito, tem queixas constantes, muitas vezes sem diagnóstico “objetivo”. 

Mas no RH ou na gestão de empresas, isso tem impacto real: clima organizacional, produtividade, desgaste de líderes e até risco jurídico. Vamos conversar sobre isso.

O que significa “poliqueixoso”?

  • Quem é poliqueixoso tende a manifestar muitas queixas — físicas ou emocionais — sem que exames clínicos mostrem causas claras. 
  • Reclama de tudo: da função, do ambiente, da liderança, do horário, do colega.
  • O foco quase sempre está no problema, e raramente em construir solução.
  • É diferente de alguém que reclama pontualmente por motivo justo — o poliqueixoso tem padrão.

Embora não seja termo médico formal reconhecido, ele é usado no coaching e gestão de pessoas para identificar esse tipo de padrão de comportamento. 

Por que lidar com esse comportamento se tornará sua obrigação?

Você pode pensar “cada um com suas falhas”, “é só personalidade”. Mas há razões jurídicas e operacionais para agir:

  • O ambiente fica mais negativo: contamina quem está mais engajado.
  • Pode gerar turnover: bons profissionais saem porque não suportam o “tom pesado” constante.
  • Risco de alegações de assédio moral ou relações tensas: dependendo de como você responder, pode haver reclamação trabalhista.
  • Se for criado “padrão de tolerância” ao poliqueixoso, outros queiram usar esse precedente para reclamar mais.

Como identificar queixas que vão além do normal?

Alguns sinais de alerta:

  • Reclamações persistentes mesmo depois de medidas corretivas.
  • Queixas genéricas, vagas, sem proposta de melhoria.
  • “Drumolon” emocional: “isso é injusto”, “ninguém aqui valoriza nada”, “sou sempre o único prejudicado”.
  • Causa desgaste para líderes e colegas que tentam resolver repetidamente.

Como lidar de modo estratégico, mas sem radicalizar?

Aqui vão passos práticos:

  1. Ouça com atenção e empatia
    Não descarte as queixas — algumas podem ter fundo real. Às vezes, há algo que pode ser ajustado. A pessoa precisa se sentir ouvida primeiro.
  2. Exija objetividade
    Peça que descreva o problema específico, cite exemplos, momentos e impactos — não “tudo está ruim”.
  3. Documente tudo
    Registre reclamações, reuniões, decisões. Isso é essencial para proteger a empresa, caso evolua para conflito.
  4. Estabeleça prazos para mudança
    Crie metas de melhoria: “reduza reclamações sem fundamento em 30 dias” e acompanhe.
  5. Treinamento de comunicação e saúde mental
    Muitas vezes, quem reclama demais precisa de suporte profissional. Um programa interno de bem-estar, coaching, terapia ocupacional pode ajudar.
  6. Se persistir, agir com firmeza
    Se o padrão se repete e interfere no desempenho ou ambiente, pense em medidas disciplinares dentro da lei — desde advertência formal até desligamento, se for o caso.

E se o colaborador alegar “estou doente” ou uso indevido da condição?

Esse é um ponto delicado: pode haver tentação de dizer que “é doença psicológica” ou usar justificativa clínica como escudo para reclamações. Isso exige cuidado:

  • Não use “doença” como desculpa para não tratar o comportamento.
  • Se houver laudo ou atestado, leve em conta, mas continue exigindo resultado objetivo.
  • Consulte jurídico antes de tomar decisão definitiva — não transforme em ação discriminatória ou de assédio.

Lidar com pessoa poliqueixosa no trabalho não é gerir “reclamações normais” — é administrar um perfil que pode corroer cultura, produtividade e gerar riscos jurídicos.

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