Você já ouviu falar de “bebês reborn”? São bonecos extremamente realistas, usados com frequência por fins terapêuticos. A princípio, parecem não ter qualquer conexão com o ambiente de trabalho — mas uma situação recente acendeu um alerta para empresários e empregadores de todo o país.
O caso que gerou polêmica…
Recentemente, uma colaboradora de uma grande empresa de atendimento ao cliente passou a levar diariamente um bebê reborn para o local de trabalho, alegando questões emocionais e psicológicas. O boneco ficava sobre sua mesa, sendo tratado como um bebê real. A empresa, sem saber como agir, optou por permitir o comportamento. O tema viralizou e logo caiu nas discussões jurídicas.
E o que diz o Direito do Trabalho?
No Brasil, o vínculo de emprego é regido pela CLT e por princípios como razoabilidade, boa-fé, respeito mútuo e poder diretivo do empregador. Nesse contexto, surgem algumas perguntas cruciais:
- A empregada tem direito de levar um bebê reborn ao trabalho?
- A recusa do empregador pode configurar assédio ou discriminação?
- Como preservar o ambiente de trabalho diante de situações inusitadas como essa?
O papel da saúde mental no ambiente de trabalho
Se a colaboradora apresenta laudo ou orientação médica indicando que o uso do bebê reborn tem função terapêutica, o assunto muda de figura. Pode envolver discussões relacionadas à capacidade laborativa, readaptação de função, e até medidas de inclusão, a depender do caso.
Não é sobre o boneco. É sobre a gestão de pessoas e os riscos jurídicos.
Empresas que ignoram situações assim ou lidam de forma equivocada podem:
- Ser acionadas por assédio ou constrangimento moral;
- Assumir o risco de reconhecimento de estabilidade (caso haja laudo psiquiátrico ou CID);
- Ser responsabilizadas por danos morais decorrentes de condutas discriminatórias.
Então o que fazer? A orientação da Dra. Melissa Noronha:
“Embora a legislação trabalhista não trate diretamente de situações como o uso de bebês reborn no ambiente de trabalho, é fundamental que o empregador esteja atento aos aspectos emocionais e psicológicos dos seus colaboradores. O ideal é agir com equilíbrio: avaliar se há respaldo médico, proteger o ambiente coletivo e adotar uma conduta ética, sempre com apoio jurídico e médico. Ignorar ou agir por impulso pode gerar passivos significativos para a empresa.”
Como prevenir conflitos e riscos jurídicos?
- Oriente os líderes e gestores para identificar e acolher situações delicadas.
- Avalie com o setor de saúde ocupacional a pertinência de laudos apresentados.
- Estabeleça regras claras, mas humanas, em seu regulamento interno.
- Mantenha a assessoria jurídica atualizada e atuante para orientar decisões sensíveis.
Mesmo os temas mais inusitados — como o uso de um bebê reborn — podem impactar diretamente a relação de emprego. O ponto-chave é agir com responsabilidade, empatia e respaldo técnico.
Ficou com dúvidas sobre como agir em casos delicados como este?
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