Via de regra, o empregado com contrato de trabalho CLT tem jornada de trabalho fixa, com os dias da semana determinados que deve comparecer na empresa, com horário para entrar, horário para almoçar e horário para ir embora. Além disso, esse colaborador tem direito a um período de férias por ano.
Entretanto, com a vinda das gerações Y e Z ao mercado de trabalho (pessoas que nasceram a partir de 1980), muitas são as empresas que estão repensando esse modelo tradicional de trabalho.
Os profissionais dessas faixas etárias priorizam a flexibilidade no mercado de trabalho antes de escolherem um emprego. Muitos deles defendem que as jornadas flexíveis aumentam a sua produtividade.
Mas o que na prática significa a flexibilidade no trabalho?
Quais vantagens da flexibilidade no trabalho para a empresa e para o empregado?
Flexibilidade no trabalho ocorre quando existe uma negociação entre o empregador e o empregado para diminuir a rigidez das regras sobre onde, quando e como o trabalho do colaborador deverá ser executado.
Portanto, a flexibilização trata de mudanças na forma de trabalho presencial e trabalho remoto, horários de início e término da jornada de trabalho e ferramentas utilizadas nas tarefas dos empregados. A ideia é que a empresa e o empregado firmem um acordo que seja vantajoso para ambas as partes.
Entretanto, a flexibilização exige autonomia e responsabilidade do trabalhador que, se por um lado terá mais tranquilidade para cuidar da sua vida pessoal, por outro, precisa ter compromisso e disciplina para dar conta de suas metas profissionais.
Emprego com flexibilidade permite que o empregado que desejar tenha mais autonomia para escolher quando, onde e como quer trabalhar. No entanto, não são todos os empregados que veem vantagem nessa flexibilização pois preferem ter de ir ao trabalho todo dia útil, cumprir as horas de trabalho determinadas e manter a sua organização segundo as regras da empresa.
Entretanto para aqueles que preferem a flexibilidade, há diferentes maneiras pelas quais a empresa pode promovê-la.
Há empresas, por exemplo, que definem turnos para que o colaborador escolha o que for melhor para si (por exemplo: das 8h às 17h, das 9h às 18h ou das 10h às 19h).
Outras, permitem que o próprio colaborador escolha o seu horário de trabalho, desde que cumpra a carga diária. Por fim, há empresas que deixam o colaborador totalmente livre para definir quando inicia e quando finaliza seu horário de trabalho, sem horários definidos, mas desde que entregue aquilo que deve no prazo.
Quanto ao local de trabalho, há empresas que permitem o teletrabalho, em que o trabalhador pode trabalhar de qualquer lugar, inclusive da sua própria casa (home office). Algumas empresas também adotam o modelo híbrido, em que o colaborador deve comparecer à empresa em alguns dias da semana, mas pode adotar o home office nos demais.
A seguir algumas vantagens que a flexibilização dos horários, métodos e do próprio local de trabalho tende a oferecer:
A flexibilidade para escolher onde, quando e como trabalhar pode trazer maior satisfação para alguns empregados, porque permite a eles conciliar com mais facilidade a sua vida profissional com os seus compromissos pessoais.
Dessa maneira, o empregado que consegue conciliar o trabalho com o convívio com os amigos e familiares e sem sentir-se “preso” em determinados dias e horários.
Com essa flexibilidade, o empregado quando precisar sair mais cedo em determinado dia, sente-se mais livre e sem ter sua imagem comprometida, o que pode melhorar o clima organizacional da organização.
A satisfação dos empregados evita a rotatividade pois, provavelmente não terão interesse em sair da empresa a curto ou médio prazo. Além disso, empregados mais felizes e satisfeitos produzem mais e melhor. Por consequências, as demissões e pedidos de dispensa tendem a diminuir.
Portanto, a flexibilidade no trabalho pode aumentar a retenção de talentos, ou seja, evita que haja uma rotatividade alta de empregados, com muitas demissões e contratações, causando um desgaste financeiro e para a rotina da empresa, de modo que é sempre interessante evitá-lo.
Além da redução dos gastos com desligamentos e com novos processos seletivos, conforme já citamos, a adoção do home office também promove redução de custos.
Colaboradores que trabalham em suas próprias casas representam menos gastos para a empresa com vale-refeição, vale-transporte, água, eletricidade, telefone e material de escritório do que se trabalhassem nas dependências da empresa. Se esse sistema for adotado oficialmente, talvez, seja o caso de repensar o modelo de negócio e sendo possível, a empresa pode mudar para uma sede de menor porte, economizando no aluguel, por exemplo.
Como dissemos, trabalhadores satisfeitos tendem a produzir mais. Assim, se o empregado consegue organizar seus horários e resolver as questões pessoais, descansar e se sentir feliz com sua rotina, não terá que lidar com faltas, atrasos ou com o fato de lidar com questões pessoais durante o expediente (ao menos não tão frequentemente).
E para aqueles que é possível o home office, poder evitar o desgaste com o trânsito é uma grande vantagem, especialmente porque o colaborador poderá empregar a sua energia de maneira mais focada no trabalho.
Portanto, a flexibilidade pode contribuir muito para a produtividade, desde que a empresa seja rigorosa na hora de cobrar comprometimento e responsabilidade por parte do empregado, sob a pena de perder essa liberdade.
Em suma, a flexibilização não significa abrir mão completamente das regras de trabalho e não poderia ser assim. Mas é uma maneira possível de conceder algumas liberdades de escolha aos colaboradores para que consigam se organizar melhor entre os compromissos pessoais e os profissionais, o que lhes conferirá mais qualidade de vida, maior produtividade e em melhores resultados para si e para a empresa.
E você, trabalha com flexibilidade? O que pensa sobre o assunto?